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domingo, 4 de julho de 2010

NR 18 (PCMAT): Doenças ocupacionais na construção

Veja quais são as principais enfermidades que atingem o trabalhador e como preveni-las
Já diz o senso comum: “é melhor prevenir do que remediar”.
E é bom mesmo prestar atenção na sabedoria popular,
já que muitos trabalhadores do ramo da construção civil estão sujeitos
a contrair uma série de doenças diretamente relacionadas à sua ocupação.
Felizmente, tais moléstias profissionais são, em grande parte,
facilmente evitáveis, desde que alguns cuidados básicos sejam tomados.



Cuidados básicos devem ser tomados.


O principal cuidado, concordam os especialistas,

é o uso dos equipamentos de proteção, sejam as vestimentas

(botas, luvas, capacetes, óculos, roupas impermeáveis, máscaras)

ou os aparatos que limitem a ação de fontes excessivas de luz, som,

vibração, calor, umidade, poeira e outras que podem causar danos

à saúde dos trabalhadores.


Para ajudar a prevenir, é importante saber de onde podem surgir os problemas.

“Podemos dividir as fontes de risco de doenças em físicas,

químicas ou biológicas”, explica o doutor Douglas de Freitas Queiroz,

chefe do Departamento de Medicina Ocupacional do Seconci-SP

(Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Riscos físicosDoenças de causas físicas são, em geral,

contraídas por meio de exposição excessiva a fontes de ruído,

calor, radiação, umidade, entre outros.

Dentre essas, as que costumam causar danos mais

freqüentes são as fontes de ruído, que provocam

uma seqüência de perdas auditivas, até ocasionarem uma eventual surdez.
Estão sujeitos à diminuição da audição todos

os trabalhadores que, completamente desprotegidos,

são expostos a ruídos superiores a 85 dB por um período

de 8 h/dia.

Acima de 85 dB - mais ou menos o equivalente ao barulho

de um liquidificador em funcionamento -,

o tempo de tolerância ao ruído diminui drasticamente.

Um trabalhador sem nenhum equipamento protetor,

por exemplo, não deveria ser exposto a sons da magnitude

de 116 dB - aproximadamente o barulho de um moinho de

grandes proporções - por mais de 15 minutos.
O problema da perda de audição é a dificuldade de diagnóstico,

já que o afetado não sente nada socialmente.

O doente se acostuma com o ruído no ambiente de trabalho

e só percebe que há algo de errado quando não mais

consegue ouvir com perfeição a voz humana.

Nesse estágio, a pessoa já perdeu cerca de 50% da capacidade auditiva.
Para evitar tal moléstia, o importante é diminuir ou a

intensidade do ruído ou o tempo de exposição:

basta usar anteparos ou abafadores, de preferência, individuais.
As LER (Lesões por Esforço Repetitivo, um conjunto de

doenças que incluem a tendinite, a bursite, a tenossinovite)

constituem outro problema bastante freqüente.

Trata-se de um fenômeno complexo, causado por uma

porção de fatores, inclusive psíquicos, já que o estado

mental da pessoa pode influir na força física que ela emprega durante o trabalho.
Apesar do fato de tais lesões - assim como a lombalgia,

adquirida por carregamento de peso de modo inadequado,

que causa problemas de coluna e desgaste da musculatura vertebral

- também possam ser adquiridas por meio de acidentes de trabalho,

é mais comum surgirem de maneira crônica,

pela execução maciça de movimentos repetidos.

O método de prevenção mais difundido é a adoção de

pausas regulares e de exercícios de alongamento nos

quais sejam realizados movimentos contrários aos que

são feitos durante o trabalho.
A exposição constante a vibrações é outro fator causador

de doenças ocupacionais.

O trabalho com bombas de lançamento de concreto ou

rompedores, por exemplo, pode causar danos à audição

e à circulação nos membros superiores, além de

microrrompimentos, inclusive nos ossos.

O uso de luvas é uma das proteções a serem adotadas,

mas o melhor é trabalhar com equipamentos que

possuam atenuadores de vibração.
Outra fonte de risco é a exposição às radiações,

que se dividem em ionizantes e não-ionizantes.

As primeiras (raios X, raios gama), com maior poder

de alteração de células, são extremamente

raras na construção civil, mas as segundas (ondas ultravioleta,

infravermelha, microonda, freqüências de rádio)

são mais fáceis de serem encontradas.

A luz produzida pelo trabalho com uma solda elétrica,

por exemplo, pode causar alterações de pele (vermelhidão)

ou, em casos mais raros, afetar órgãos internos,

como os testículos.

Nesse caso, há diminuição da produção de espermatozóides.
Mas a doença mais comum causada pela radiação é

um tipo de conjuntivite, caracterizada por ardor

nos olhos, que surge após duas ou três horas de

trabalho sem proteção.

“O soldador normalmente não é afetado, pois usa

óculos protetores.

O mais visado é o assistente”, lembra o doutor Queiroz.
Catarata e cegueira seriam as conseqüências mais

drásticas da exposição desprotegida à luz forte.

Por sinal, o Sol e outras fontes de calor também

podem causar insolação, problema facilmente evitável com o uso de capacete.
Outro agente físico que pode causar distúrbios é a

umidade, em geral, mais presente em trabalhos

realizados no subsolo, que afeta as defesas do organismo,

provocando queda de imunidade.

Sob tais condições, fica mais fácil adquirir doenças infecciosas,

além de problemas como o reumatismo.
Um pouco mais raros são os problemas decorrentes

do trabalho em condições hiperbáricas - em ambientes

de grande pressão atmosférica -, como em plataformas submarinas,

por exemplo. Os problemas decorrentes são lesões no ouvido, nos ossos

(o fêmur é um dos mais atingidos) e a embolia gasosa,

evitada com uma paulatina descompressão ao sair da água.
Riscos químicos e biológicosEnfermidades causadas por

agentes químicos surgem, em geral, do contato com tintas,

solventes e outros produtos. Uma das mais comuns é a

dermatite de contato.

“É causada pela alergia a um produto químico presente no cimento”,

explica o doutor Anacleto Valtorta, médico do

trabalho do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O produto chama-se bicromato e, em contato

com a pele, provoca coceiras, vermelhidão e até

mesmo o aparecimento de vesículas. “Uma

pessoa pode desenvolver a alergia de início ou ser

exposta ao bicromato por anos até desenvolver a doença”,

explica o doutor Queiroz. Portanto, recomenda-se cuidados

básicos, como não deixar cair cimento dentro da bota.
As pneumoconioses, doenças pulmonares causadas pela

inalação de diversos tipos de poeira, também são razoavelmente

freqüentes. As mais conhecidas são a antracose

(causada por aspiração de carvão e de fuligem), a asbestose

(em decorrência da inalação de fibras de amianto) e a silicose

(pela absorção da sílica livre, presente na areia). Essa última

é a mais comum (já que o amianto está em desuso), e os

sintomas são falta de ar e tosse. Mas essas doenças não

são detectadas em consultório: em caso de suspeita,

é preciso fazer um exame de raio X do tórax para

confirmar as alterações nos pulmões.
Outro exame de praxe que ajuda a diagnosticar moléstias

causadas por agentes químicos é o hemograma.

A falta de glóbulos brancos ou de plaquetas no sangue pode

ser indício de intoxicação causada por tintas, solventes, esmaltes ou óleos.

Os sintomas são náuseas e fraquezas e o melhor modo

de prevenir os problemas é o uso de máscara ao lidar com esses produtos.
Já os agentes biológicos são menos comuns no trabalho

em construção civil, a não ser que se trate de uma obra

em lugares insalubres, como o esgoto, por exemplo.

Qualquer contato com bactérias ou vírus pode

desencadear diversos tipos de doenças.

Novamente, a regra de ouro é a prevenção.
VEJA COMO PREVENIR:



1 - Perda de audição

Causas: exposição prolongada a ruídos acima de 85dB;

Sintomas: dificuldades de audição;

Como prevenir: usar equipamentos abafadores de ruído;

2 - Conjuntivite por radiação

Causas: exposição a fontes de luz ultravioleta ou infravermelha;

Sintomas: vermelhidão e ardor nos olhos;

Como prevenir: uso de óculos protetores;

3 - LER (Lesões por Esforço Repetitivo)

Causas: execução constante de movimentos repetitivos por longos períodos;

Sintomas: dores nos punhos, cotovelos e ombros;

Como prevenir: fazer pausas regulares e alongamentos;

4 - Embolia gasosa

Causas: trabalho em condições hiperbáricas (embaixo d’água);

Sintomas: confusão mental, perda repentina da consciência, convulsões;

Como prevenir: passar por descompressão paulatina antes de retornar à superfície;

5 - Reumatismo

Causas: exposição à umidade excessiva;

Sintomas: dores nas articulações;

Como prevenir: uso de botas de borracha e roupas feitas de material impermeável;

6 - Intoxicação química

Causas: exposição prolongada a tintas ou solventes químicos;

Sintomas: fraqueza, náusea;

Como prevenir: uso de máscara;

7 - Pneumoconioses (silicose, asbestose)

Causas: inalação de partículas (sílica ou amianto);

Sintomas: falta de ar e tosse, causadas por alterações nos pulmões;

Como prevenir: uso de máscaras;

8 - Doenças bacteriológicas e viróticas

Causas: contato com bactérias e vírus em ambientes de trabalho insalubres, como esgoto;

Sintomas: depende do micróbio contraído;

Como prevenir: uso de máscara e demais equipamentos de proteção;

9 - Lombalgia

Causas: carregamento de peso de forma inadequada;

Sintomas: dores na musculatura vertebral;

Como prevenir: evitar carregar peso em excesso, usar equipamento de transporte;

10 - Dermatite de contato

Causas: exposição ao bicromato, um alérgeno do cimento;

Sintomas: vermelhidão, coceira e surgimento de vesículas nas mãos e nos pés;

Como prevenir: usar luvas, botas e demais equipamentos de proteção para evitar contato direto com o cimento;

11 - Insolação

Causas: exposição prolongada aos raios solares ou outras fontes de calor;

Sintomas: queimaduras, sentimento de desorientação;

Como prevenir: uso de capacete e ingestão regular de líquidos não-alcoólicos.

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